quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Assim assim"


Bem, tem sido mais difícil do que pensei..
Revendo os passos:
Incomodava-me saber que apesar de não me sentir leve com algumas coisas que se passavam debaixo das minhas barbas, também não fazia nada para que elas parassem de acontecer, sim porque, pensamentos nobres são fantásticos, mas não movem o mundo. 
Certo que o mundo deve ser pesado demais para o mover sozinha, mas se todos tivessem pensado assim, ainda hoje as mulheres não votavam. 
Devemos ser a mudança que gostaríamos de ver no mundo não é verdade? Pois bem, então decidi que havia de passar dos pensamentos para as atitudes.
Durante meses acompanhei canais do youtube, li blogues, analisei e observei minuciosamente sites, vasculhei fóruns, enfim, tudo o que uma boa pesquisa envolve. 
Depois de informada e com fundamentos suficientes, foi hora de avisar "a malta" da minha decisão. 
Até aqui tudo certo. Algumas reticências, sem sinais de uma avalanche de críticas a caminho... Boa! 
Ok. Sou oficialmente vegetariana.
Fiz um tofu e um seitan fantásticos e em casa umas refeições variadíssimas e cheias de sabor. 
Até que cheguei ao "meio triste meio revolta". 
Eu saio de casa cedo, atrasada, sem tempo para um iogurte ou uma peça de fruta, "Como qualquer coisa algures..."
O carro avaria, mas dá para chegar à bomba de combustível mais próxima, "Tenho que esperar aqui, pelo menos existe uma loja de conveniência para poder tomar o pequeno-almoço" , conveniência para quem?!
Como é que é possível não haver um único produto que eu quisesse consumir dentro daquela loja de "conveniência" ? Se existem iogurtes da Danone, porque que não existe uma bebida de soja?, se existe um croissant de manteiga, porque que não existe uma sande de pão integral?, uma peça de fruta? 
Afinal é tudo tão conveniente para quem? Ou só as pessoas que vivem padronizadas é que têm o direito de ter o carro avariado, ou de quererem comer qualquer coisa na estação de serviço?  
É este o meu ponto, "meio  triste, meio revolta"
Para além de sentir que nada se enquadra a nada, perceber que o ser humano é tão pouco humano...



 …ás vezes irrita-me esta necessidade de pensar de mais, saber de mais, procurar saber, e ter tanta sofreguidão de agir conforme o que acho correcto, irrita-me ser tão humana tão sem querer. E ter necessidade de me afirmar e dar cor a tudo o que eu penso e acho que deve ser. Ás vezes acho que podia ser um bocadinho mais normal, mais comum, dava menos trabalho, a mim e à minha cabeça, mas não consigo...



Beijinhos de uma nova vegana.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A vida é feita de nadas



Um nada que enche, que vem e que fica. Um nada que dói e que acaba por se entranhar.
Um nada de um sorriso, esse nada que para muitos é muito e que alguns não o têm. 
Um nada de uma lágrima, que escorre e percorre o rosto, esse nada que não vale nada e que a tantos pertence. Esse nada que nos embrutece, que nos isola. 
O nada que é a tristeza, o nada que é a saudade. O nada que é a vida, que todos ambicionam, esse nada que é tudo...




Beijinhos de uma nova vegana.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Uma nova vegana

Nunca tive jeito para mentir, nem nunca tive jeito para sentir culpa ou peso de consciência. 
Gosto de bichos, dou-me bem com eles, e com crianças, acho que estão sempre na mesma sintonia, os animais e as crianças, são mais puros. 
Por isso, a opção de me tornar vegetariana não foi difícil. Para além do peso de consciência que esta decisão me tirou de cima, o meu estômago está-me eternamente agradecido. Nunca mais teve azia e por isso pude também deixar de tomar comprimidos de revestimento de estômago, o que é óptimo. 
Falando das dificuldades que tive por retirar alguns alimentos da minha alimentação.. 
Relativamente às carnes, bem, esta foi a parte mais fácil, já há algum tempo que não consumia carne, pois esta fazia-me azia, e por isso optava por consumir peixe ou frutos do mar.
Claro que depois de tomada a decisão, que requereu muita leitura e estudo, retirei também o peixe e frutos de mar, basicamente toda a carne. 

Relativamente ao leite, eu nasci intolerante à lactose, cresci com preparados de soja, por isso não retirei este derivado da minha alimentação uma vez que este já não estava incluído. 
Os derivados do leite e ovos, bem quanto aos iogurtes, consumo os de soja, relativamente aos queijos, compro ou faço em casa tofu.  E os ovos já não faziam parte das minhas escolhas frequentes. 
No que tenho tido mais dificuldade, sendo que esta decisão foi tomada à relativamente pouco tempo, é nos produtos industrializados, sendo que quase todos têm ovos, ou leite, ou queijo, e esta tem sido a etapa mais difícil de encaixar no meu dia-a-dia. 

Cá em casa somos 4, e apenas eu tomei esta decisão, apesar da minha mãe gostar muito de todos os produtos alternativos à carne que consumo, e de adorar todas as refeições que tenho preparado, não quer deixar de consumir carne. 
E isto, aliado ao facto de não conhecer nem ter amigos vegetarianos, é mais um obstáculo para esta minha decisão. 
Mas como sou teimosa e, como já referi, tenho pouco jeito para viver com sentimentos de culpa, hei de conseguir contornar e adaptar tudo isto ao meu dia-a-dia. 

Entretanto vou continuando a procurar informação, novas receitas e mais argumentos para motivar a minha decisão. 

 Beijinhos de uma nova vegana .